sábado, 25 de fevereiro de 2012

Referencial teórico para meus queridos alunos dos oitavos anos

Lindinhos e lindinhas,

Aqui vai o referencial teórico que prometi. Trabalhamos isso em sala, mas organizei aqui para vocês. Leiam, anotem as dúvidas e imprimam para revisarmos antes da prova.


1-     O GÊNERO DRAMÁTICO


 

Os textos literários classificados como dramáticos apresentam uma característica fundamental: são produzidos para serem representados. Sua estrutura organiza-se a partir das falas dos personagens, permeadas por indicações cênicas e prescinde da presença de um narrador. De acordo com Aristóteles, que no séc. IV aC identificou esse gênero, as unidades básicas do texto teatral são ação, tempo e espaço, que na representação são complementados por elementos como sonorização, iluminação, cenário, figurino, dentre outros. Apesar de esses elementos serem de suma importância para a representação, é através do texto, em prosa ou em verso, que as peças teatrais são transmitidas de geração para geração e recriadas em diferentes épocas.

São elementos dos textos dramáticos:

·    O  texto principal, composto pelas falas dos personagens, em que predomina o discurso direto.

·   O texto secundário, constituído por rubricas (ou didascálias), apresenta indicações cênicas e os nomes dos personagens a cada mudança de turno (fala) no discurso.


O texto dramático divide-se em:

·      Atos: divisões do texto dramático que ocorrem a cada mudança de cenário.
·      Cenas:  partes dos atos que correspondem à entrada ou saída de algum personagem.



 

1.2 – ORIGENS: 


Nas sociedades primitivas, eram realizados rituais de dança e representação para simbolizar os animais na caça, “dominar a  natureza”, iniciar os jovens da tribo em suas funções e adorar os ancestrais. Tais rituais, em que os atuantes dançavam, pulavam, imitavam animais, usavam máscaras, peles e folhagens, podem ser considerados as primeiras manifestações teatrais, apesar de não serem baseadas em textos.

A principal explicação para a origem do drama seriam os festivais, realizados na Grécia Antiga,  em honra ao deus Dionísio (ou Baco, para os romanos) ao fim de cada colheita de uva. Nesses festivais, bebia-se e cantava-se em louvor a esse deus, homenageando-o através de procissões e da apresentação de seus feitos por um coro, liderado por um *corifeu.  De acordo com o Mito de Téspis, em uma dessas apresentações, o jovem Téspis revolucionou as homenagens ao deus do vinho ao desgarrar-se do coro e subir no altar e gritar “Eu sou Dionísio”. Ele, assim, deu origem  ao ofício de ator e à arte da representação.

*Corifeu: regente do coro nas tragédias gregas.



1.1   – MODALIDADES DO GÊNERO DRAMÁTICO



Grécia Antiga

1.2.1-   TRAGÉDIA: Segundo Aristóteles, o objetivo das tragédias era o de provocar uma forte impressão no público, de tal maneira a fazer com que as pessoas refletissem sobre as paixões e vícios humanos, a partir da piedade e do horror produzidos pelas cenas vividas por heróis, que apesar de grandiosos cometem erros, muitas vezes inconscientemente.

Nessas peças, o herói é um ser superior, ético, que enfrenta as adversidades impostas pelos deuses e pelo destino e assumem o erro cometido, tendo um fim trágico, geralmente fatal.

Uma das principais tragédias da Antiguidade Clássica é Édipo Rei, de Sófocles.  A peça conta a tormenta de Édipo, levado pelo destino a matar o pai (rei Laio) e a desposar a mãe (rainha Jocasta). Ao descobrir sua verdadeira identidade e perceber seu grave erro, Édipo fura seus olhos com o broche de Jocasta (que havia se matado), buscando a purificação.


1.2.2-  COMÉDIA: Por meio das comédias, eram representados fatos comuns, cotidianos, corriqueiros, relacionados à vida de pessoas comuns. A principal função da comédia era a crítica dos costumes por meio do riso.

O principal autor de comédias Gregas foi Aristófanes, que através de seus personagens e de uma linguagem direta  representava tipos característicos da sociedade ateniense. Aristófanes, em suas peças, criticava os chefes políticos, a Assembléia, os tribunais e os juízes, os militares, os poetas trágicos, os filósofos, o povo em geral, os velhos, os jovens, as mulheres... Porém as intenções morais por trás das críticas eram muito sérias: o poeta defendia sempre os valores antigos, a vida rural e, especialmente, a paz. Entre suas peças conhecidas estão:  As vespas, em que se ridiculariza os tribunais e A assembléia de mulheres, uma caricatura do feminismo e das utopias socialistas.

Para Aristóteles a tragédia e a comédia desempenhavam uma importante função em relação ao público espectador. Assistir a encenações de dramas envolvendo os vícios e paixões humanas, segundo o filósofo, leva os espectadores à catarse, ou seja, à purificação da alma pelo terror, pela piedade, ou pelo riso que tais encenações despertam por meio das situações que tematizam.



Idade média

1.2.3-   AUTO: Peça curta, geralmente de cunho religioso ou profano, com teor moralizante. Os personagens representados eram entidades abstratas, como a bondade, a virtude, a hipocrisia, o pecado, a gula, a luxúria.

 Ex.: Auto da barca do Inferno, de Gil Vicente, peça em que cada personagem é julgada e condenada ao seu destino, após a morte, embarcando em companhia do Diabo ou do Anjo.


1.2.4-  FARSA: Peça também pequena, como o auto; seu conteúdo envolvia situações ridículas e grotescas, objetivando criticar os costumes por meio da sátira. A Farsa difere da Comédia pelo fato de não preocupar-se com a verossimilhança.

Ex.: A farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, escrita a partir do ditado: “Mais vale asno que me leve que cavalo que me derrube”

1.2.5- TRAGICOMÉDIA: Peça em que se misturam elementos trágicos (assunto e personagens), com elementos cômicos (linguagem, incidentes e desfecho). Seus temas são variados, como, por exemplo, violência, morte, roubos, dentre outros; sendo a eles dado um tom de humor.

1.2.6-  DRAMA MODERNO: Essa modalidade surgiu no séc. XIX e tem como principais características a liberdade de expressão, a eventual mistura entre o sério e o cômico e o estudo do homem burguês em seus conflitos familiares e sociais, havendo uma aproximação dos conflitos representados pelos personagens da peça com aqueles vivenciados pelo homem.

Ex.: Vestido de noiva, de Nelson Rodrigues




FONTES: 

ABURRE, Maria Luiza M; ABURRE Maria Bernadete, PONTARA, Marcela. Português: contexto,interlocução sentido. São Paulo: Moderna.




2 comentários:

  1. Brigada fessora juro q isto me salvou.bjks Mari.Entre no meu blog :lagrimas-de-fenix.blogspot.com

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  2. entra no blog dela professora é muuuito boooom

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